Neste dia 19 de abril de 2023 é celebrado o Dia Nacional da Luta Indígena. O SINASEFE, por meio da da Coordenação de Combate às Opressões, reafirma que essa data não pode remeter ao simbolismo de generosidade, festividade ou de silêncio sepulcral diante do extermínio aos povos indígenas neste país.
Muito pelo contrário, é mais uma data em que precisamos reafirmar as lutas das populações indígenas pelos seus direitos, suas terras e suas culturas. É o momento de denunciarmos o desrespeito aos direitos constitucionais desses povos em todo o território nacional. Desrespeito que aumenta problemas com o desmatamento, a invasão de áreas protegidas (para agradar a exploração pelo agronegócio), a extração ilegal de madeira, as atividades ilícitas mineratórias, o trabalho escravo, os conflitos fundiários, a violência e os assassinatos no campo.
A luta que os povos indígenas têm travado ao longo de mais de cinco séculos de invasão neste território tem sido marcada por forte resistência dos povos originários, pois, cotidianamente, são negados pelo próprio Estado a memória e a história dessas lutas.
Ainda é comum aproveitar o 19 de abril para enaltecer uma visão idílica construída propositalmente por uma elite branca e racista que tenta negar a resistência dos povos originários que marcaram de sangue boa parte deste território. Para os parentes, são e sempre foram tempos de resistências, tempos de afirmarmos que vidas indígenas importam!
Não podemos naturalizar o genocídio! Chega de etnocídio e ecocídio! Esse Estado etnocêntrico e capitalista precisa ser extirpado. Chega de políticas integracionistas e assimilacionistas que historicamente cumprem um papel de extermínio dos povos indígenas.
O SINASEFE, como uma entidade classista que visa a defesa da classe trabalhadora contra os interesses do capital monopolista e colonialista, reafirma a defesa irrestrita da ampliação dos direitos aos nossos povos indígenas, contra qualquer tipo de racismo e intolerâncias correlatas e sempre a favor da vida!
“ O sangue e o sonho de nossos antepassados permanecem em nós. Apesar dos galhos terem sido cortados, seus frutos roubados e até seu tronco queimado, as raízes estão vivas e ninguém pode arrancá-las.”
Trecho do 1° Encontro dos Povos Indígenas do Tapajós, dezembro de 1999.
Coordenação de Combate às Opressões do SINASEFE